Os Vencedores do Globo de Ouro 2018

Oprah Winfrey, a mulher mais poderosa do entretenimento norte-americano, ao receber o prêmio Cecil B. DeMille.

Oprah Winfrey, a mulher mais poderosa do entretenimento norte-americano, ao receber o prêmio Cecil B. DeMille nesta edição do Globo de Ouro, disse palavras motivadoras não somente para os convidados da festa, mas também para mulheres e jovens desmotivados com os rumos de uma sociedade cada vez mais injusta. Nas palavras dela: “Quero que todas as garotas assistindo aqui, agora, saibam que um novo dia está no horizonte. E quando esse novo dia finalmente amanhecer, será por causa de muitas mulheres magníficas, muitas das quais estão aqui neste auditório esta noite e alguns homens fenomenais, lutando para garantir que se tornem os líderes que nos levam ao tempo em que ninguém nunca mais terá de dizer ‘Eu também’.”

A homenagem a Oprah, primeira mulher negra a receber a honraria foi um dos pontos fortes da cerimônia do 75° Globo de Ouro, a primeira grande premiação desde a onda de denuncias de assédio sexual que balançou a indústria hollywoodiana em 2017. E o tema não passou batido desde o anuncio dos indicados ao prêmio.

Como esperado, as mulheres apareceram trajando preto, simbolizando o luto pelas vitimas e também pela igualdade de gênero. Algumas atrizes como Meryl Streep, Emma Watson e Michelle Williams chegaram acompanhadas de ativistas pelos direitos femininos. A palavra-tendência no red carpet e também em alguns discursos foi o “Time’s Up” (o tempo acabou, em tradução livre), um manifesto que conta com o apoio de mais de 300 atrizes, diretoras e escritoras para defender vítimas de assédio.

O apresentador da vez Seth Meyers não perdeu tempo e colocou o assunto na pauta do seu monólogo. Citou alguns envolvidos em escândalos, como Harvey Weinstein e Kevin Spacey, e até comparou a história de A Forma da Água com uma trama de um filme de Woody Allen (outro nome envolvido em polêmicas), já que uma mulher inocente se apaixona por um monstro na história escrita e dirigida por Guillermo del Toro.

Ao longo da festa e dos prêmios distribuídos, a atenção estava mais voltada aos discursos dos vencedores e também por alfinetadas de alguns apresentadores de categorias. Natalie Portman soltou um “Aqui estão todos os indicados homens.” ao lado de um constrangido Ron Howard e Barbra Streisand protestou ao apresentar melhor filme drama: “Precisamos de mais mulheres na direção. Há tantos filmes incríveis por aí dirigidos por mulheres.” Streisand foi a única mulher a vencer os Golden Globes de melhor direção em 1984 pelo musical Yentl.

As equipes dos filmes vencedores do Globo de Ouro: Três Anúncios Para um Crime (acima) e Lady Bird – É Hora de Voar.

Sobre a corrida pelo Oscar, o Globo de Ouro consagrou duas produções favoritas para abocanhar indicações: Três Anúncios Para um Crime e Lady Bird – É Hora de Voar, melhor drama e comédia/musical, respectivamente. Entre os atores, Saoirse Ronan e Frances McDormand saíram na frente, enquanto Gary Oldman e Sam Rockwell ganharam sobrevida na disputa de melhor ator e ator coadjuvante (nos prêmios da crítica, os favoritos são Timothée Chalamet, de Me Chame Pelo Seu Nome e Willem Dafoe, de Projeto Flórida). Já atriz coadjuvante, ainda está indefinida: Allison Janney (Eu, Tonya e vencedora da categoria nos Globos) e Laurie Metcalf (Lady Bird – É Hora de Voar) ainda disputam os votos.

A consagração de histórias protagonizadas por mulheres acompanhou essa conjuntura do protesto através do preto. A sensação é que as mudanças são necessárias e imediatas. E que esse recado não fique somente na indústria audiovisual. A mensagem que resume essa edição do Globo de Ouro é a celebração do talento feminino e também de histórias cada vez mais próximas da realidade atual. E que essa causa esteja além das artes visuais.

Não é mesmo Nicole?

“É o poder feminino”

Os vencedores foram:

Cinema

Melhor filme drama: Três Anúncios para um Crime

Melhor filme comédia ou musical: Lady Bird: É Hora de Voar

Melhor diretor: Guillermo Del Toro – A Forma da Água

Melhor ator – drama: Gary Oldman – O Destino de uma Nação

Melhor ator – comédia ou musical: James Franco – O Artista do Desastre

Melhor atriz – drama: Frances McDormand – Três Anúncios para um Crime

Melhor atriz – comédia ou musical: Saoirse Ronan – Lady Bird: É Hora de Voar

Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell – Três Anúncios para um Crime

Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney – Eu, Tonya

Melhor roteiro: Três Anúncios para um Crime

Melhor trilha sonora: A Forma da Água

Melhor canção original: ‘This is Me’ (O Rei do Show)

Melhor animação: Viva: A Vida É uma Festa

Melhor filme estrangeiro: Em Pedaços (Alemanha/França)

 

Televisão

Melhor série dramática: The Handmaid’s Tale

Melhor série cômica: The Marvelous Mrs. Maisel

Melhor minissérie ou filme para TV: Big Little Lies

Ator em série dramática: Sterling K. Brown – This is Us

Ator em série cômica: Aziz Ansari – Master of None

Atriz em série dramática: Elisabeth Moss – The Handmaid’s Tale

Atriz em série cômica ou musical: Rachel Brosnahan – The Marvelous Mrs. Maisel

Ator em minissérie ou filme para TV: Ewan McGregor – Fargo

Atriz em minissérie ou filme para TV: Nicole Kidman – Big Little Lies

Ator coadjuvante em TV: Alexander Skarsgard – Big Little Lies

Atriz coadjuvante em TV: Laura Dern – Big Little Lies

 

Cecil B. De Mille Award: Oprah Winfrey

Descobrindo: Florence Pugh

Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk, obra de Nikolai Leskov publicada em 1865 não tem nenhuma relação com Macbeth de Shakespeare. Ela é uma anti-heroína, no sentido em que procura pela liberdade feminina em meio a um ambiente opressor para qualquer dama, mas que também apresenta uma personalidade fria e calculista para conseguir essa tão sonhada liberdade, sem se arrepender de nada.

A adaptação cinematográfica, apontada como o melhor filme britânico de 2017 trouxe duas revelações: o diretor William Oldroyd (oriundo do teatro) e Florence Pugh, que faz um trabalho fantástico em seu primeiro papel de destaque no cinema aos 21 anos de idade. Aliás, vamos dedicar este espaço para falar um pouco sobre a Florence.

Nascida e criada em Oxfordshire, na Inglaterra, Florence estreou nas telas no suspense The Falling em que dividiu as cenas com Maisie Williams (a Arya Stark da série Game of Thrones). Florence recebeu elogios da crítica britânica e uma indicação ao prêmio de revelação no Festival de Londres. Ao mesmo tempo em que participava da série Marcella e do filme para TV Studio City, ela conseguiu o papel de protagonista em Lady Macbeth.

O papel de Katherine está rendendo para Florence Pugh muitos elogios (ela está sendo chamada de “A nova Kate Winslet”), indicações a prêmios (ela já venceu o The Evening Standard Breakthrough of the Year Award) e também novos filmes para o currículo. Entre os próximos trabalhos da atriz britânica estão The Commuter, com Liam Neeson, Fighting with My Family, inspirado no documentário de mesmo nome sobre a lutadora de WWE Raya Knight e com Dwayne Johnson assumindo as funções de ator e produtor e Outlaw King, produção de época da Netflix.

Já na telinha, Florence será Cordelia na adaptação produzida pela Amazon e BBC do clássico de Shakespeare Rei Lear, com Anthony Hopkins e Emma Thompson e direção de Richard Eyre (Notas Sobre um Escândalo) e também será uma espiã na minissérie da AMC The Little Drummer Girl, produzido por Park Chan-wook (A Criada, Oldboy) e baseado no livro de John le Carré, A Garota do Tambor.

Vale apontar que todas essas produções mencionadas estão previstas para 2018. Então, ouviremos falar bastante de Florence Pugh, não é?

A história secreta da Mulher-Maravilha e a sua imagem empoderada

Capa da primeira revista Ms. As editoras esperavam fazer uma ponte entre o feminismo dos anos 1910 e o feminismo dos anos 1970 com a Mulher-Maravilha dos anos 1940.

Eu amo cinema desde pequena, mas poucas personagens me representavam tanto como nos tempos atuais. Via sempre a atriz Audrey Hepburn como um exemplo de personalidade: gentil, charmosa e empoderada, mesmo com todas as regras da época. No século XXI, a palavra “empoderada” está cada vez mais em evidência, não só pelas girls lutarem cada vez mais por espaço no entretenimento, mas também apresentar personagens femininas dentro de um contexto em que podemos nos identificar um pouco.

Atualmente, a TV é a casa de histórias com grande destaque em personagens femininas, como as vencedoras do Emmy 2017 The Handmaid’s Tale e Big Little Lies e até mesmo a nova roupagem de Star Trek, cuja protagonista é mulher e negra. Já nas telonas, temos figuras como Imperator Furiosa (Mad Max), Noiva (Kill Bill), Leia e Rey (Star Wars), Lisbeth Salander (Millennium Trilogy) e… Mulher-Maravilha.

A Mulher-Maravilha demorou 75 anos para ganhar uma produção cinematográfica própria. E ela é tão importante no universo dos quadrinhos quanto Batman e Superman! Em 2017, o filme solo da amazona quebrou vários paradigmas: foi o filme mais lucrativo do cinema até agora e sua diretora, a mais bem paga da história. E pensar que a Mulher-Maravilha ainda teve de mostrar seu valor e a história por trás da guerreira de Themyscira é fascinante, ao mesmo tempo, surpreendente.

Vamos lá para 1938: ano que surgiu o Superman. Os editores de revistas passaram a receber muitas críticas de pais e professores que acreditavam que os quadrinhos “deseducavam” as crianças. Um psicólogo e professor chamado William Moulton Marston discordava firmemente desse conceito. Além de ter sido o inventor do detector de mentiras (que foi inspiração para o Laço da Verdade), Marston era um “feminista”: ele acreditava que a sociedade seria um lugar melhor sob o domínio amoroso das mulheres.

Quando ele foi chamado para fazer consultoria para a DC Comics, Marston convenceu os editores da força e importância de uma super-heroina em meio a um mercado de personagens totalmente masculinos. A Wonder Womannasceu em um esboço de uma moça com sandálias gregas, braceletes e tiara de rainha. Marston sugeriu mudanças que geraram a ira das próprias mulheres: ele queria que a Mulher-Maravilha usasse shortinho e botas vermelhas de cano alto. Isso era um ultraje para as mulheres envolvidas na produção por ser provocante e bastante fetichista.

O curioso era que o professor Marston queria usar as HQs para implementar a igualdade de gênero, mesmo sendo de forma inusitada. Ele queria que a Mulher-Maravilha usasse braceletes para repelir as balas, dando assim mais poder a ela. Ele acreditava que esse tipo de ousadia poderia passar uma mensagem importante: que as novas gerações de mulheres se preparassem para um mundo novo e inspirá-las a autoconfiança em ocupações até então monopolizadas por homens.

William Moulton Marston (foto: Wiki DC Comics)

“Sinceramente, a Mulher-Maravilha é propaganda psicológica com vistas ao novo tipo de mulher que, na minha opinião, deveria dominar o mundo.” — William Moulton Marston

Mas a vida pessoal do professor Marston foi uma fonte de referências à personalidade de Diana Prince. Após a sua morte, em 1947, descobriu-se que ele era casado com duas mulheres ao mesmo tempo: Elizabeth Holloway e Olive Byrne, que inspiraram e colaboraram nas primeiras histórias da personagem. Mesmo assim, elas não tiveram autorização da DC Comics para ajudar nos roteiros.

Mulher-Maravilha em gerações distintas: Lynda Carter em 1977 na série de TV e Gal Gadot em 2017 no filme. (foto: montagem/Warner Bros./DC Comics)

Agora, chegando na DC Comics, a personalidade da Mulher-Maravilha era a de “bela, recatada e do lar”, ou seja, chegou a atuar como babá, conselheira sentimental e estava louca para casar com Steve Trevor. Anos à frente, entre 1975 e 1979, foi produzida uma série de TV com Lynda Carter (que antes foi Miss América) e participações em desenhos da Liga da Justiça; em 2012, a Amazon engavetou um projeto de seriado para Wonder Woman e ainda em 2017, a atriz israelense Gal Gadot aparecerá novamente na pele da heroína, dessa vez na versão live-action da Liga.

Conhecendo toda essa história por trás da lenda Mulher-Maravilha, vemos que toda essa comoção e sucesso que ela está tendo nos dias atuais são significativos, não só para abrir as portas para mais personagens femininas de destaque no entretenimento, mas como um modelo de humanidade em defesa da igualdade e do amor entre os seres humanos, numa sociedade que está cada vez mais intolerante com seu próximo.

“Eu acredito no amor. Apenas o amor vai verdadeiramente salvar o mundo.” (Diana Prince Rockwell Trevor ou simplesmente, Mulher-Maravilha)

Publicado originalmente no Medium em 27 Set 2017.

Divulgação de Cinema: Mãe!

Pôster de Mãe! inspirado em O Bebê de Rosemary (abaixo). (Divulgação/IMPAwards)

Mãe! é um filme que já despertava interesse pela quantidade de talentos envolvidos na produção. Um deles é Darren Aronofsky, vindo de duas fases distintas na carreira: aclamação pelo denso Cisne Negro e de uma aventura não muito bacana no universo do blockbuster com Noé. Agora, ele chega com um filme de pegada psicológica, típico de sua filmografia.

Mas, como Mãe! ainda não estreou nos cinemas, como os cinéfilos e admiradores de Aronofsky estão lidando com a expectativa em torno do filme? É aí que o marketing entra para fazer seu trabalho, começando com tweets sutis de seu diretor, já que nas últimas semanas, Aronofsky não só postou materiais de divulgação, mas também chamadinhas como essa aqui:

O que sabemos de Mãe! até agora, segundo sua sinopse oficial? Jennifer Lawrence e Javier Bardem interpretam um casal que vê seu relacionamento testado com a chegada de pessoas inesperadas em casa.

O que fica bastante misterioso são os materiais de divulgação, que despertam no espectador aquela sensação de que o filme pode ser tudo, ou seja, além do drama de um casal em crise. E os trailers e spots já divulgados deixaram mais perguntas do que respostas no ar.

A equipe de divulgação acerta em deixar perguntas no ar através dos trailers e investe pesado no material impresso e na força da corrente cibernética. Os cartazes com os protagonistas escondem signos que possam representar acontecimentos-chave no filme, permitindo que começam as especulações sobre teorias conspiratórias.

Jennifer Lawrence e Javier Bardem em arte criada por James Jean.

Nas redes sociais, especialmente Facebook e Twitter, essas discussões ajudam bastante no engajamento do filme, já que entre as referências do filme estão desde O Bebê de Rosemary até O Exorcista, passando até por outras produções do terror contemporâneo.

Mais peças de internet

Imagem do site viral “You’ll Never Answer The Door Again”. (Divulgação/Paramount)

A Paramount criou um site viral chamado “You’ll Never Answer the Door Again” (Você nunca mais atenderá a porta, em livre tradução). Em sua home, o visitante verá uma imagem em 360º, que ao passar o mouse cria-se uma ilusão de ótica. O mistério ainda permanece, já que a única coisa disponível na página é um clipe do filme. Já o Twitter criou uma hashtag especial com um coração em chamas.

Mãe! tem previsão de estreia para 21 de setembro no Brasil. Dois dias antes, o diretor Darren Aronofsky estará em São Paulo para divulgar o filme.

Os melhores pôsteres de 2016

2016 foi um ano bastante tenso no mundo. Aconteceram muitas coisas, mas no cinema tivemos boas produções e outras, nem tanto. Alguns filmes não foram lançados no Brasil, mas suas artes disponíveis para todo mundo ver em 2016. Nossa seleção apresenta pôsteres que apresentam a produção, as taglines de efeito, “brincam” com objetos e até mesmo ironizam datas comemorativas, chamando assim a atenção para as produções: aliás, esse é o papel do marketing, certo?

Confira abaixo os melhores cartazes de 2016, segundo o blog:
aquarius

arrival_ver18

assassins_creed

batman_v_superman_dawn_of_justice_ver2

birth_of_a_nation

christine_ver2

de_palma

 

deadpool_ver7_xlg

 

doctor_strange

equals

girl_on_the_train

ahgassi-the-handmaiden

jackie

kubo_and_the_two_strings_ver15

la_la_land_ver3

la_la_land_ver7

loving

moonlight_ver2

monster_calls

neon_demon_ver2

pride_and_prejudice_and_zombies_ver13

queen_of_katwe

silence

wiener_dog